Rodrigo Lago se formou em jornalismo na Faculdade Integral da Bahia. Há três anos, entrou no Tribuna da Bahia como repórter estagiário e chegou a chefe de reportagem do jornal que já tem 42 anos de circulação.
De quantos jornalistas é composta a redação do jornal?
São 41 jornalistas, incluindo editores e chefe de reportagem.
Quais são as etapas de produção das notícias no Tribuna?
Inicialmente, eu chego na redação pela manhã. Leio todos os jornais. Acesso a internet. Dou uma olhada na TV. Nós temos, aqui, duas pessoas que ficam online o tempo todo também. A partir disso, fazemos uma seleção do que vamos publicar levando em consideração os critérios de noticiabilidade. Procuramos histórias interessantes, analisamos a importância, tentamos produzir discussões sobre temas relevantes que afetam a cidade. Depois, eu faço a pauta a partir dessa pesquisa e de coisas que eu vejo no meu dia-a-dia. Também recebo sugestões de toda a equipe. Sempre digo que é muito importante aos repórteres estarem atentos ao cotidiano. Se eles vão a um bar ou a um restaurante, que procurem enxergar uma situação interessante ou visualizar algo que possa ser válido pro jornal. Enfim, com a pauta produzida, eu as passo para os repórteres. Eles, quando necessário, vão pra rua apurar a reportagem e fazer entrevistas, voltam pra redação e fazem o texto. O texto pronto passa pelo editor e pelo revisor e, só então, vai para a diagramação.
Como você caracteriza a linha editorial do jornal?
É uma linha extremamente política. Mas, sempre buscando muita imparcialidade na notícia. O Tribuna não fica preso a nenhum tipo de valor.
E por que essa preferência por notícias de cunho político?
Pela história do jornal. O Tribuna sempre esteve envolvido em questões políticas. Durante muito tempo, inclusive, foi perseguido.
Em sua opinião, qual é a principal diferença entre o Tribuna e os demais jornais impressos da cidade?
É justamente essa imparcialidade da qual eu falei anteriormente. O Tribuna não está preso a grandes grupos nem nada disso. Nós somos livres.
Qual você imagina que seja o perfil do leitor do Tribuna hoje?
O Tribuna tem um público bem específico. São políticos, principalmente. Secretarias de governo também. No geral, são pessoas que tem que estar sempre muito bem informadas.
Em que medida esse perfil interfere na seleção das notícias?
Totalmente. Nós pensamos no nosso leitor o tempo todo.
Você acha que o perfil dos assinantes difere do perfil dos leitores comuns?
Não. Com relação ao Tribuna, é bem parecido.
Quais os critérios vocês mais valorizam na hora de selecionar e hierarquizar as notícias?
Bom, nós sempre procuramos noticiar projetos políticos. Por exemplo, projetos de vereadores ou de deputados que vão, diretamente, afetar a vida da população em geral. Além de assuntos polêmicos que estão sendo vastamente discutidos. Nós tentamos sempre problematizar essas questões.
Você disse que o Tribuna procura noticiar projetos que irão afetar a vida da população. Isso quer dizer que vocês valorizam o interesse público acima do interesse dos seus leitores?
Sim. Quanto mais pessoas a notícia afetar, mais ela é importante.
Em comparação aos outros jornais da cidade, o destaque dado a temas policiais parece ser menor no Tribuna. Por que vocês parecem não valorizar tanto esse tema?
Realmente, a gente procura não se ater a esse tipo de informação porque, infelizmente, a violência virou estatística. Então, não adianta o jornal cobrir, todos os dias, um assassinato ou um caso de um marido que esfaqueia a mulher já que, hoje, isso só acaba em números.
Como o Tribuna tem lidado com as recentes mudanças nas formas de comunicação?
Nós temos o Tribuna Online que, recentemente, passou por um processo de reformulação. Nosso setor de publicidade tem trabalhado muito pra vender esse produto. O site possibilita muita interatividade. O internauta pode, por exemplo, comentar as notícias. Nós procuramos estar sempre de olho nessas mudanças.
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